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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 9788575427460
Editora: Editora Sextante
Adultos que criam filhos numa sociedade repleta de oportunidades profissionais para pais e mães acabam trocando boa parte da tarefa de criá-los pela oportunidade de incrementar ganhos e proporcionar um padrão de vida melhor à família.
Por isso, acabam por confiar essa tarefa a babás, avós, professores e toda sorte de educadores. É uma troca difícil e dolorosa, mas muito bem-intencionada.
Mesmo as pessoas que passam a interagir com as crianças durante mais tempo que os pais delas podem ser bem-intencionadas. Mas as boas intenções, infelizmente, não suprem limitações próprias da formação dessas pessoas.
Adultos também precisam esforçar-se para aprender os benefícios do planejamento financeiro numa economia estável, pois essa realidade é novidade em nossa cultura.
Some-se a isso a conhecida generosidade de muitos avós, que com presentes em excesso e flexibilidade nas regras tendem a formar jovens mimados e com uma falsa visão do sacrifício dos pais.
Por mais que se esforcem em contrário, avós com esse tipo de costume tendem a mimar seus netos. Isso não é errado, desde que não sejam os avós as figuras mais presentes na educação dessas crianças.
Por isso, na maioria das famílias, podem não ser as pessoas certas para iniciá-las nas finanças.
Também não podemos esperar milagres de babás ou quaisquer pessoas que se encarregam do cuidado provisório dos filhos.
A maioria das pessoas que desempenham essa atividade é de origem desprovida de recursos, o que provavelmente as privou de uma educação diferenciada em escolas privadas.
É sabido que o ensino público brasileiro há décadas carece de qualidade para as disciplinas curriculares básicas. Não é sensato cobrar dessas pessoas uma capacidade inata de construção de riqueza.
Quando a têm, são exceção. Se estão fora da média e com boa formação e discernimento para educar bem nossos filhos, são profissionais que demandam dos pais as ferramentas adequadas para cumprir bem seu trabalho.
Se os pais não souberem o que e como ensinar a seus filhos, essas pessoas simplesmente não o farão no lugar deles.
Os brasileiros estão começando a entender o significado de planos de previdência, planejamento de longo prazo e investimentos para uma aposentadoria segura. Não é razoável esperar que um jovem profissional de qualquer área de ensino seja também um especialista em educação financeira ou construção de riqueza.
As condições econômicas necessárias ao sucesso de planos de longo prazo surgiram somente após o Plano Real, nos anos 1990. Somos todos iniciantes nesse tipo de conhecimento.
Por tudo isso, não é sensato confiar totalmente a terceiros todo o desenvolvimento de nossos filhos. Avós podem suprir a noção de família ou a falta de carinho. Babás podem suprir as necessidades de asseio, organização e alimentação.
Professores podem ensinar o plano curricular previsto por nosso arcaico modelo educacional e ajudar na socialização de nossos filhos. Outros profissionais podem ensiná-los a dançar, cantar, jogar, nadar e desenhar.
Mas a tarefa de incutir valores na vida de nossos filhos e de ajudá-los a administrar suas capacidades e seus ganhos financeiros compete aos pais.
Mas a maioria dos pais ainda não percebeu isso. Agem apenas por intuição. Isso faz com que a maioria dos jovens, seus filhos, sinta-se completamente desorientada quanto ao bom uso de mesadas, poupanças e presentes.
Muitos aprenderão as regras a duras penas, após errar muito, como aprenderam os adultos que hoje se preocupam com seus filhos. É por isso que, para começar, é necessário responder a si mesmo, com sinceridade essa pergunta: você está educando seu filho para o dinheiro ou simplesmente para o consumo?
Até que ponto podemos contar com a escola na tarefa de preparar nossos filhos para a vida?
Essa é uma questão polêmica, uma vez que a intensa competitividade do mercado de trabalho e o aumento do grau de expectativa dos pais em relação ao futuro desempenho profissional dos filhos vêm transformando parte das escolas numa espécie de fábrica de vestibulandos.
Mais do que por sua capacidade de preparar crianças e jovens para a vida, o sucesso de algumas escolas costuma ser medido por sua eficiência em prepará-los para passar em provas.
Quando uma escola oferece atividades complementares ao currículo tradicional exigido nos vestibulares, como práticas esportivas, atividades externas, aulas de culinária ou mesmo de economia doméstica, tais atividades são tratadas como opcionais ou “extracurriculares”. São oferecidas como luxos de escolas privadas cujo público pode pagar mais por esse diferencial.
Quem não possui condições de pagar polpudas mensalidades escolares têm de contar com escolas que se restringem a oferecer o currículo básico exigido pelo Ministério da Educação.
Na maioria dos casos, transmitido por professores mal remunerados e consequentemente mal preparados, cuja preocupação resume-se a fazer com que os alunos tenham um grau mínimo de aproveitamento em provas.
Professores preocupados de verdade com a formação moral e a construção de valores são, infelizmente, minoria nas escolas populares.
Em muitos casos, o motivo disso é a falta de reconhecimento de suas tentativas passadas, seja por parte de alunos, de coordenadores ou até mesmo de pais.
Por outro lado, professores capacitados a educar bem são cada vez mais intimidados e pressionados por pais que, numa atitude um tanto irresponsável, mimam seus filhos e colocam os educadores contra a parede quando estes elevam a voz ou repreendem os pequenos príncipes e princesas.
Infelizmente, não são raros os relatos de professores que já sofreram, nas escolas de classe média alta, a mais abominável das coerções: a oferta de dinheiro ou de presentes em troca de tratamento diferenciado a determinado aluno.
Péssimo exemplo para um filho, fazendo da corrupção uma lição às avessas do que o dinheiro pode fazer pelas pessoas.
Assim como ocorre no campo das finanças, escolhas ruins na educação mostrarão seus efeitos apenas no futuro.
Apesar de ser papel da escola oferecer aos jovens a maior parte do conhecimento que eles acumularão na vida, é papel dos pais selecionar a escola de seus filhos.
Por isso, não basta confiar as crianças às escolas tradicionais, ou então à mesma escola em que se estudou quando pequeno se ela não tiver se renovado.
Cabe aos pais dedicar tempo a pesquisar as melhores escolas, avaliando detalhes curriculares, metodologias de ensino, abertura à participação e ao envolvimento dos pais e preocupação não somente com o conhecimento, mas também com a formação do caráter.
É uma missão que consome muito tempo, preço a pagar pelas melhores escolhas. Cabe também aos pais adotar uma postura responsável e compartilhar com a escola as regras propostas para o bom funcionamento do modelo educacional escolhido.
Procure sempre lembrar que uma criança ou um adolescente não são adultos e, portanto, não pensam como adultos. Assim como seu corpo, também sua personalidade, suas ideias e seu raciocínio estão em contínua transformação.
As diversas correntes da psicologia explicam que, a cada fase da vida da criança, os diferentes estímulos são interpretados de maneiras diferentes. As fontes de inspiração são diferentes para cada idade.
Os pais devem ter consciência da importância de cada fonte de inspiração e explorar ao máximo as ferramentas disponíveis para fazer do aprendizado um processo natural, agradável para quem ensina e para quem aprende.
Em outras palavras, a receita para o aprendizado não será a mesma durante todo o processo de desenvolvimento de seus filhos.
Você não poderá reclamar da rotina, já que ela não existirá, pois, a repetição de lições e práticas ao longo de toda a infância jamais funcionará para a educação de uma criança.
Os desejos não estão associados ao dinheiro, mas o interesse pelas atitudes dos pais é intenso e crescente.
Dê o exemplo através de suas atitudes, principalmente seguindo com disciplina as rotinas do lar, que serão certamente copiadas pelos filhos e os tornarão mais disciplinados.
A realização de desejos é associada ao ato de comprar, que depende essencialmente da vontade e do dinheiro dos pais.
Evite banalizar o consumo e estabelecer regras para o uso do dinheiro, como limites orçamentários e datas para celebrações e presentes.
sem a intervenção de adultos.
Cultive a independência, permitindo aos filhos que interajam com vendedores e manipulem dinheiro em compras pequenas.
Aqui, a criança já possui a percepção de papéis sociais e quantificação de valores, com o aprendizado da matemática.
Converse sobre dinheiro, trabalho, sustento da família, objetivos dos estudos e escolha de profissões.
Nesse estágio, há percepção das responsabilidades e primeiros conflitos típicos da adolescência.
Cultive a autonomia, com a prática da mesada ou da oferta de recursos de uso livre pelos filhos. Inclua-os nas tarefas de organização financeira familiar.
Ao entrar nas primeiras fases da adolescência, surge a necessidade de assumir papéis típicos dos adultos.
Converse sobre temas relacionados à administração pessoal, uso de bancos, incentivos maiores à formação de poupança e desejos versus investimentos necessários.
Os seis princípios apresentados a seguir baseiam-se em conhecimentos essenciais recomendáveis a todo ser humano que lida com dinheiro. Se você sente que não lida bem com algum desses princípios, ótimo! Reconhecer essa deficiência é o primeiro passo para aprimorá-la.
Por isso, acompanhe as reflexões do autor sobre cada um dos princípios objetivando uma educação familiar, não só das crianças. A educação não serve apenas para seus filhos. Aprendemos continuamente por toda a vida.
Não se esqueça de compartilhar com seus filhos o prazer que você sente em tê-los a sua volta. Não se esqueça de dizer que os ama. Pode ser que eles digam o mesmo sem que lhe pareça sincero, mas sua atitude ficará gravada na mente deles.
Expresse e fale o que você sente, pois, muitos adultos ressentem-se de não ter ouvido de seus pais um “eu te amo”.
Crie significado para cada conquista. Presenteie seus filhos somente quando houver motivo. Uma data festiva, uma lembrança marcante de viagem, o início das férias, um desempenho muito acima da média na escola.
Preferencialmente, use mais criatividade e menos dinheiro para presentear. Jamais faça do preço do presente algo mais importante que seu simbolismo. O presente não pode ser mais marcante que a data.
Se a criança pedir um brinquedo fora de época, prometa lhe dar o tão desejado mimo na próxima data festiva, mas somente se o presente for compatível com o orçamento da família.
Agora atenção, pais de enorme coração e com dificuldade de dizer não: não façam promessas que não possam cumprir. Crianças jamais esquecem promessas feitas por adultos, e magoam-se se elas não são honradas.
Ao cumprir sua promessa, não se esqueça de celebrar a conquista e de parabenizar a criança pelo esforço em esperar pacientemente seu sonho se realizar. Com essa atitude, você reforçará a conquista, dando mais valor e significado ao presente.
Se for um presente material, é provável até que isso resulte em maior cuidado da criança com seus pertences.
Controlar as contas é o primeiro passo e exige disciplina. O segundo passo é conhecer os limites.
A elaboração de um orçamento, que parece algo complexo à primeira vista para um adulto, será algo natural na vida de uma criança se seus pais a ajudarem a separar verbas para cada objetivo.
As primeiras mesadas são para comprar, normalmente, lanches, doces e figurinhas ou bijuterias. Conscientize seus filhos de quanto estão recebendo e quanto será gasto com cada item.
Se perceber que a criança tem dificuldade com esse tipo de organização, disponibilize-se para refletir com ela sobre os motivos disso, carinhosamente faça sugestões.
Seus filhos devem entender que, enquanto trabalharem para uma empresa, enriquecerão os donos e acionistas dessa empresa.
Quem realmente enriquece é o investidor, aquele que soube poupar parte de sua riqueza para então montar uma empresa e organizar uma estrutura que pusesse pessoas para trabalhar para ele.
Seus filhos não devem ser preparados simplesmente para trabalhar a vida toda para alguém. O bom emprego não deve ser visto como o grande objetivo da vida adulta.
Deve ser visto como uma etapa intermediária, em que um profissional é recompensado por dedicar-se ao enriquecimento dos outros.
O grande objetivo deveria ser construir uma reserva financeira para que, no dia em que deixar de trabalhar para os outros, a pessoa possa montar sua própria empresa e contratar outros profissionais para trabalharem para ela, ou viver dos rendimentos de um investimento que lhe agrade.
Para que seus filhos tenham bons resultados com seu escasso dinheirinho, precisam desenvolver-se por completo, incluindo habilidades em comunicação e linguagem.
Não deixe de explorar cada ida à feira e à loja de brinquedos como uma oportunidade de mudar sua atitude, barganhar e valorizar seu dinheiro. Combine com as crianças para que façam o mesmo.
Ensaiem como se fosse para uma peça. Você verá que aprender a negociar pode ser também uma prática bem divertida.
Uma vida financeiramente saudável inclui capacidade de poupar e também de consumir. Ambos em equilíbrio. Seu desafio está em criar na família um ambiente de reconhecimento de valores.
Obviamente, os sentimentos não podem ser disfarçados, ainda mais com crianças por perto. Por isso, o primeiro passo para viabilizar uma educação financeira saudável para seus filhos é adotar os princípios aqui listados como diretrizes para sua própria vida financeira.
No convívio com seus filhos, procure introduzir esses seis princípios de maneira natural. De tempos em tempos, verifique se você não está esquecendo de reforçar ou enfatizar um ou outro princípio, ou se não está dando atenção demais a apenas um deles.
O aprendizado se faz com conhecimentos, habilidades e atitudes. O autor propõe, a seguir, seis atitudes fundamentais que filtrou de suas pesquisas em textos de psicologia e pedagogia.
Essas atitudes, se não forem suficientes, serão ao menos úteis para marcar intensamente o período de aprendizado e convivência com os pais na vida de seus filhos.
Ao ler as linhas seguintes, faça pausas para reflexões e anotações sobre como aplicar cada atitude nas particularidades da vida de sua família.
Não espere que seus filhos absorvam rapidamente um comportamento saudável em relação a suas finanças, pois esse é um comportamento tipicamente adulto.
Adultos financeiramente conscientes têm a real dimensão da renda, de suas limitações e dos problemas gerados pelos erros na administração financeira. Crianças não trabalham e não têm renda, por isso não é natural para elas um comportamento de preocupação com os resultados do trabalho.
Esforce-se para fazer do aprendizado financeiro algo prazeroso. Evite sermões a respeito da mesada. Evite também compartilhar exaustivamente com as crianças os problemas financeiros da família.
À medida que envelhecemos, temos uma tendência a querer contar histórias do passado aos mais jovens. Prefira as histórias positivas, com referências as boas sacadas e boas escolhas de algum conhecido.
Procure ter histórias desse tipo para contar. Conte também histórias de insucessos, mas priorize aquelas em detrimento destas. No nosso mundo, já existem muitos excessos de referências negativas em relação ao dinheiro.
Se você, independentemente de seu grau de riqueza, tem o hábito de presentear amigos e familiares com objetos mais caros do que os que recebe, induzirá seus filhos a fazerem o mesmo com os colegas – acredite, o número de colegas deles será maior que o de sua infância e adolescência.
Se você se presenteia sem motivo, dará a seus filhos o direito de exigir o mesmo para eles. Se vive no vermelho e faz disso uma regra – e não a exceção –, terá filhos dependentes de limites de crédito para realizar seus sonhos.
Se faz das compras uma atividade de lazer, verá seus filhos crescer extremamente dependentes do consumo. Se é displicente nas negociações, terá filhos tão ou mais perdulários que você.
E seus filhos guiarão suas vidas com os mesmos valores com que você guia a sua; cabe, então, a você buscar equilíbrio em sua vida presente a fim de oferecer um bom exemplo.
Tão importante quanto as normas impostas é o respeito de todos a elas. Regra que vale para um filho vale para todos. Regra que vale para os filhos deve valer para os pais, senão não faz sentido.
Cuidado com a interpretação de justiça: não é porque os filhos devem deitar-se às oito horas da noite que os pais precisam fazer o mesmo.
Uma regra justa é que todos tenham hora para dormir, assim como é justo que todos tenham algum tempo para o lazer, deixando claros os fundamentos e necessidades desse horário para cada um.
Esteja preparado não somente para falar, mas também para ouvir atentamente, sem julgamentos. Se seus filhos disserem que aprenderam a fazer contas na escola, não deixe de demonstrar interesse.
Esse interesse poderá lhe ser extremamente útil quando, mais tarde, eles tiverem condições de lhe apresentar assuntos que são novidades até mesmo para os adultos, como os sistemas de informação baixados da internet durante a aula, ou os exemplos práticos que os professores deram nos laboratórios.
Quando crianças e jovens sentem em seu lar um ambiente construtivo, harmonioso e de respeito, tendem a procurar preservar e reforçar essa atmosfera. Nem sempre os pontos de vista dos pais serão entendidos pelos filhos, e vice-versa.
Contudo, por maiores que sejam as tentações de envolver-se numa situação não aprovada pelos pais, o amor mútuo da família certamente pesará nas escolhas das crianças e dos jovens. Tais valores perpetuam-se por toda a vida.
Todos conhecemos pessoas já adultas que, ao recusar um convite, não sentem o menor constrangimento em falar: “meus pais não aprovariam essa atitude”.
Os pais não devem esperar que seus filhos cheguem a determinada idade para iniciar sua educação financeira. Devem começar quanto antes, desde as primeiras atividades sociais da criança. “É de pequenino que se torce o pepino”, diz o ditado.
Cássia D’Aquino, especialista em educação infantil, costuma dizer que a educação financeira começa no ventre, durante a gestação.
Segundo ela, uma mãe que tem hora certa para as refeições, para o banho e para dormir desenvolverá na criança em seu útero um forte senso de rotina e disciplina.
Isso fará com que aumente bastante a probabilidade de essa criança manter-se disciplinada após nascer, durante o crescimento e também na vida adulta.
Disciplina e organização são elementos essenciais para uma boa administração das finanças pessoais.
Quando pequenas, ainda na fase em que começam a se comunicar, as crianças não entendem perfeitamente o ato de consumo. Elas simplesmente querem algo e sabem que conseguirão o que querem de seus pais.
É a fase do “eu quero”, que vai de 1 a 2 anos de idade. Até então, dinheiro não traz felicidade, pelo menos na percepção dos pequenos. A felicidade está essencialmente na proximidade dos pais, responsáveis pela realização de desejos.
Durante seu desenvolvimento mental, as crianças estão sempre atentas às novidades, incluindo as primeiras interações dos pais com estranhos.
Com o tempo, começam a perceber que a satisfação de suas necessidades não depende exatamente dos pais, e sim de que eles adquiram de outras pessoas o que elas querem. É quando começam a entender o ato de comprar.
Nessa fase, identificada pela grande atenção que elas dão à interação dos pais com vendedores, pais desatentos podem perder uma grande oportunidade de abrir as portas para o mundo da educação financeira.
Se não deixarem claro que a compra é uma troca, nitidamente identificada pela entrega de dinheiro, as crianças entenderão que a satisfação de suas necessidades depende apenas da boa vontade de seus pais em encontrar um vendedor.
Valorize o dinheiro, faça a criança entender que ali está sendo usada boa parte do resultado de seu trabalho. Ao fazer compras com seus filhos, atente para enfatizar o processo de compra, incluindo o orçamento, a pesquisa, a negociação e quanto de valor é agregado pelo item consumido.
No momento em que o pai ou a mãe propõe “será que temos dinheiro suficiente para comprar?”, a mente da criança está trabalhando para entender a ideia de orçamento.
Os pais podem facilmente notar o início da fase em que as crianças começam a dar real importância ao ato de comprar. É a fase dos 2 aos 4 anos de idade, quando pedidos de compra são incansavelmente repetidos ao longo dos dias.
Quando essa fase chega, deve-se atentar para não banalizar o ato de comprar: não se deve alterar a rotina para adquirir algo supérfluo, por exemplo. A criança deve entender que pequenos mimos devem aguardar a hora certa, como um fim de semana.
Apesar da expectativa que essa percepção gera, desenvolve-se também a necessária disciplina para o consumo, da qual muitos adultos carecem.
A fase seguinte é aquela em que as crianças já se sentem confortáveis em interagir sem o auxílio dos pais. Nessa etapa do desenvolvimento, elas sentem-se realizadas quando os pais permitem que entreguem dinheiro ao vendedor ou que façam o pedido ao balconista da padaria.
Tais práticas devem ser incentivadas desde cedo, para que não se desenvolvam bloqueios quanto ao ato de comprar. Ao sentir-se independentes, os filhos percebem que a realização de seus sonhos não depende dos pais – e sim do dinheiro deles.
É quando eles enfaticamente começam a pedir dinheiro, que começa aos 4 ou 5 anos de idade.
Curiosamente, mesmo que não saibam exatamente o que fazer com o dinheiro, as crianças passam a desejá-lo a partir de certa idade, e essa idade dependerá do grau de liberdade que lhes é dado.
Dificilmente passará dos 6 anos. A partir de então, o dinheiro adquire uma aura de poder na vida da criança. Conseguir dinheiro, independentemente da quantia, passa a significar a aquisição do poder de realizar sonhos.
Presentear os filhos com um cofrinho, nessa época, é tão oportuno e excitante quanto presenteá-los com um álbum de figurinhas. As crianças entretêm-se intensamente com a emoção de enchê-lo um pouquinho a cada dia.
Melhor ainda se for transparente – um pote de vidro, por exemplo. Esgotar a capacidade de um cofrinho pode ser uma experiência marcante para a infância de seus filhos.
Uma das mais frequentes e equivocadas atitudes dos pais em relação aos filhos é considerá-los como investimento.
Percebemos em famílias de todos os níveis de renda que muitos pais se sacrificam para assegurar aos filhos a melhor educação, a aquisição de livros solicitados por professores, cursos de idiomas e cursos de especialização, entre outros, objetivando o sonhado sucesso na carreira.
Contudo, antes mesmo de essa carreira começar a gerar frutos, esses pais já pressionam os filhos a retribuir o investimento feito, assumindo despesas da família.
Esses pais merecem o crédito por colocar o sucesso de seus filhos em primeiro lugar. Mas não deveriam exigir desses jovens o retorno do investimento, até mesmo porque os pais devem entender sua responsabilidade de criar e educar os filhos.
Se há algum investimento a gerar retorno, é o investimento de seu tempo para assegurar a seus filhos o apoio e o carinho necessários que uma família deve suprir. Uma boa relação com os filhos gerará maior solidez familiar e provavelmente trará uma grande retribuição na mesma moeda investida.
Talvez os filhos até desejem, de coração, contribuir com o pagamento de gastos de seus pais, principalmente se as condições da família forem limitadas e houver grande sacrifício para garantir a educação. Mas contribuição é diferente de imposição.
O investimento financeiro nos estudos dos filhos demora a gerar seus efeitos. Mesmo com boa educação, jovens inexperientes ganharão pouco. Muito menos do que ganharão alguns anos depois, ao adquirir experiência.
Mas é nessa época em que ganham pouco que eles devem começar a cuidar de seu futuro, antes de ter filhos, para assegurar estabilidade e tranquilidade à nova família que se formará.
Se, nessa fase fundamental para o enriquecimento dos filhos, houver pressão dos pais pela retribuição dos investimentos feitos nos estudos, a pouca renda não resolverá as dificuldades financeiras dos pais e a situação condenará os jovens a um futuro pouco próspero.
É o que Cerbasi chama de “perpetuar a pobreza”. Pais que não constroem riqueza e dependem de seus filhos para se manter, trazem a eles dificuldades financeiras e a pouca herança deixada serve apenas para cobrir dívidas.
Por não cuidarmos adequadamente de nosso futuro pessoal, conduzimos nossos filhos a um futuro de dificuldades.
Pais que penam para garantir os estudos dos filhos talvez tenham errado no passado ao não se precaverem para essa necessidade. Não devem cobrar os filhos por seus erros, mas sim começar a agir o quanto antes para construir riqueza.
Famílias que sabem construir riqueza e lidar bem com ela normalmente abandonam, com o tempo, o foco no patrimônio ou na riqueza em si.
Talvez, até conquistar um nível de independência financeira, você precise olhar todos os dias para a foto da casa de seus sonhos grudada no espelho da penteadeira. Muitos acreditam em artifícios desse tipo.
Contudo, à medida que sonhos materiais vão sendo realizados, novos sonhos normalmente deixam de ser o foco de atenção e mesmo assim continuam acontecendo.
Um casal pode sacrificar-se por anos e anos até quitar a casa própria. Quando conseguirem, é provável que, com muito menos sacrifício, consigam uma casa de campo ou de praia.
Isso não quer dizer que a sorte aumenta ao longo da vida. Três fatores imperceptíveis passam a fazer parte dos planos de famílias que enriquecem.
O primeiro deles é o aprendizado. Parece difícil realizar os primeiros sonhos porque não estamos acostumados a fazer planos para atingi-los. Com o tempo, aprendemos a fazer melhores escolhas para nosso dinheiro e adquirimos uma disciplina que não existia no início.
Outro fator importante é a consolidação da renda. Com o tempo e, principalmente, com o nascimento dos filhos, o maior grau de responsabilidade faz com que as decisões de gastos dos pais sejam mais contidas e conservadoras.
Isso acontece simultaneamente ao natural incremento da renda da família, devido ao aumento da experiência profissional dos pais.
O terceiro fator, o mais importante e também o mais imperceptível dos três, é a motivação trazida pela conquista. Quem já quitou o financiamento de um automóvel ou um longo financiamento da casa sabe que a sensação de prazer é indescritível.
Consolidar conquistas traz para o lar uma deliciosa energia que nos motiva a fazer novos planos e novos sacrifícios para realizá-los. É essa motivação, uma espécie de vício empreendedor, que faz com que as escolhas passem a ser menos pautadas na necessidade do que na celebração em família.
Quem compra uma casa de campo não quer simplesmente “um lugar fora da cidade para descansar”. Sem dúvida, o que essa pessoa quer é um lugar para reunir a família e os amigos.
É essa motivação familiar que passa a mover as escolhas dos adultos quando seus filhos começam a dar sinais de querer maior independência. E esse é o grande sentido da riqueza da família.
É para realizar sonhos dessa natureza que filhos se unem aos pais para a compra de um carro, de uma casa ou de uma viagem, que um tio paga os estudos do sobrinho e que filhos menores se esforçam para reduzir seus gastos.
Mais que buscar a segurança, a riqueza da família está na realização de sonhos. Com filhos adultos, o patrimônio dos pais confunde-se com o deles. A separação acontece apenas na Declaração de Imposto de Renda de cada um.
Pouca diferença faz de onde sai a verba para pagar os gastos de fim de semana. O que importa é que tais gastos garantem momentos felizes em família.
É por esse motivo que, com o passar dos anos e com a reaproximação entre pais e filhos que costuma acontecer pela vinda dos netos, deve ser incentivada novamente a conversa familiar sobre dinheiro, a fim de evitar a acumulação desnecessária.
Com o convívio mais intenso de avós e netos, parte dos gastos dos avós pode passar a ser suprida pelos filhos ou vice-versa.
Se pais com boa gestão de suas finanças procuram manter seu patrimônio, ao mesmo tempo que filhos buscam sua independência financeira cada vez mais cedo, o resultado pode ser uma renda duplamente assegurada – pois um dia o patrimônio dos pais passará aos filhos.
Essa é a razão que leva muitos pais de classe média a incentivar seus filhos a viver bem e curtir a vida. No fundo, sabem que seu patrimônio pessoal dará uma boa força à segurança da família futuramente.
Cabe aos filhos, de maneira responsável, diante de tais incentivos, não exagerar na dose para não comprometer a segurança de seus pais.
Você deve ter percebido que a educação financeira dos filhos depende mais da transformação dos pais do que das crianças. Seus filhos provavelmente terão dificuldades em lidar com dinheiro se vocês:
Talvez você tenha sentido que algumas orientações são tão importantes para você quanto para seus filhos. Se você aprendeu muitas coisas relevantes para sua vida financeira pessoal adulta, é um bom sinal.
Nunca é tarde para obter conhecimentos que teriam sido úteis lá na sua infância. Coloque-os em prática, e faça o bem de ajudar seus filhos a colocá-los também.
Se você tem filhos e sente que está procurando meios de educá-los para as finanças tarde demais, você está errado.
Nunca é tarde para ajudar seu filho, principalmente porque ainda vivemos no país com os maiores juros do mundo, com um sistema financeiro entre os mais modernos e informatizados do mundo e uma abundância de informações que ainda fazem do Brasil um dos melhores lugares do mundo para construir riqueza.
Aproveite essa situação, pois, com a consolidação da estabilidade econômica e, principalmente, com o esperado enriquecimento das empresas e das famílias, a competição pela riqueza exigirá dos investidores do futuro maior dedicação à busca de informações.
Não importa quanto você conseguirá gerar de riqueza para seus filhos. O que importa são as lições que você tem a passar para eles – e que, temos certeza, jamais serão esquecidas.
Desejamos sucesso e muita riqueza à sua família. De preferência, com muito dinheiro também!
Leia também “Investimentos Inteligentes”, do mesmo autor. Se você ainda tem dificuldades para gastar menos do que ganha, este microbook ajudará você a equilibrar suas contas: temos certeza de que ficará entusiasmado com as possibilidades de multiplicação de dinheiro que descobrirá nesta leitura!
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Gustavo é escritor, consultor financeiro, professor, palestrante e administrador. Autor de 15 livros, escreveu o best-seller “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, que deu origem ao filme "Até que a Sorte nos Separe". Os três lançamentos da trilogia desse filme, somados, tiveram 11 milhões de espectadores, alcançando a segunda maior bilheteria do cinema nacional. Eleito pela Revista Época como um dos 100 brasileiros mais influentes, nasceu em Caxias do Sul. Ele é é a maior referência em inteligência financeira do Brasil. Consultor, palestrante e autor, Cerbasi já vendeu mais de 2 milhões de exemplares, já proferiu palestras para mais de 3 milhões de pessoas e teve mais de 1 milhão de alunos em seus cursos online. Com experiência prática... (Leia mais)
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